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Texto de autoria

Page history last edited by Reciclagem 15 years, 2 months ago

                               

 

 RECICLAGEM NA ESCOLA CONSTRÓI CIDADANIA?

 

 

ALGUMAS CONSIDERAÇÃOES INICIAIS;

 

 

     Existe um princípio no capitalismo que diz: " A América é o lugar onde tudo é permitido, mas nada é possível". Quer dzer, tu podes alguma coisa, mas o que tu podes mesmo é consumir. Para marshal, é importante questionarmos se é possível falarmos em cidadania onde a democracia na sociedade ainda não é consolidada?

     Para o capitalismo, tu és cidadão enquanto indivíduo político, enquanto reivindica, ou qual a margem que tu rens de cidadania, enquanto tu reivindicas ao consumir? Parece que aqui se torna evidente que eu exerço meu direito de pagar menos quando exerço meu direito de consumir.

     Pensar cidadania hoje, segundo fala do jornalista Ronaldo Botelho Martins, "passa necessariamente por tu considerares esta desigualdade existente, este fosso entre os direitos existentes e assegurados por essa dita democracia e as questões reais para a sua existência".

     Pensar cidadania parece também que implica em pensarmos os espaços públicos. O Largo Glênio Peres, em Porto Alegre,  por exemplo, que é um espaço público, seguidamente é apropriado por várias correntes de pensamento. E as Câmaras de Vereadores, em que horários funcionam? Como as pessoas têm acesso?

     " O Orçamento Participativo foi apropriado e engessado pelo Estado", segundo Botelho. Ele deve, no mínimo, criar instrumentos que fortaleçam a identidade da cidade. E a identidade é mutante. "Todos os projetos ambientais passam pelo jogo da administração", de acordo com o pensamento de Botelho.

     Estando o Estado debilitado, cumpre às ONGs, aos Movimentos Sociais e ao Terceiro Setor, um importante papel, diante do capitalismo, que é excludente.

     A democracia exige alguns níveis de discussão. A cidadania seria um campo possível dentro dessa discussão. No exercício dessa cidadania, não podemos pensar na escola só como uma questão estrutural, de fome, etc.. Precisamos percebê-la como cultura, onde tu tens uma criança concorrendo com as mais diversas tecnologias. As escolas restringem o acessoa ao Orkut e ao Hotmail, o que é nefasto, porque temos que pensá-la como um campo aberto à sociedade. A gestão da escola passa pela discussão dos assuntos relevantes dentro dela, de seus espaços, em suas várias instâncias, como o Conselho Escolar, por exemplo.

     Tem um ditado que diz: " Um livro não dorme, por que a Biblioteca tem que fechar?"

     A escola deveria ser muito mais do que um simples espaço formal, ou de qualificação técnica, A indicação é de que se transforme numa instância facilitadora de cidadania, através da diversidade cultural.

 

A RECICLAGEM NA ESCOLA:

 

     As séries iniciais, antigo ensino primário, se viu às voltas com as disciplinas transversais, com a recente aprovação da nova LDB. Gênero, etnia, ecologia entre outros temas estão em pauta.

     Os professores que têm que trabalhar com esses temas relativamente novos, não possuem uma especialização em biologia, por exemplo, para poderem aprofundar as questões ecológicas e ambientais, por exemplo.  São assuntos novos, se comparadas às outras disciplinas, como o Português, que, mesmo ancião, sofre as mutações da lingua como as gírias e as influências virtuais.

     Descobri nesse Projeto que determinados termos como reciclagem, as vezes são indevidamente empregados, graças a colaboração de colegas que têm o conhecimento específico para isso e se dedicam a auxiliar os outros professores nessa árdua tarefa de se atualizarem.

     Existem muitas dúvidas, súbitas que merecem uma maior investigação para que não nos precitemos em afirmações dentro de uma pesquisa. Mesmo porquê uma pesquisa nunca é definitiva e as poucas certezas que ficam certamente não serão mais  certezas dentro de um espaço de tempo que também não temos certeza. As dúvidas  são importantes porque impulsionam a pesquisa, a busca para respostas.

     Existe uma dúvida se na escola se recicla ou se reutiliza. De acordo com a mesma colega na escola só se reutiliza. Reciclar mesmo só se recicla papel.  Mas a palavra reciclar não quer dizer colocar novamente no ciclo? reutilizar não seria colocar novamente em uso? Qual a diferença? De que maneira os professores discutem com as crianças essas questões? Será que discutem? Será que sabem a diferença de um termo para o outro? Aí novamente entra a questão dos espaços públicos, da democracia e da cidadania. A discussão dos espaços na escola enquanto formador de cidadania não exigiria da escola o exercício democrático das ações culturais dentro da mesma? Se no município de Alvorada, para termos uma evidência como exemplo, se tem uma Sala Verde que procura dar esse suporte de conhecimento, não estaria na hora de todos buscarem esse esclarecimento? Mas aí é que entra o que discutíamos nas considerações iniciais: a sociedade democrática permite a cidadania e reivindicamos enquanto consumidores. A mídia promove essa noção. A escola reproduz essa noção. Em verdade, a investigação não se esgota aqui, e outras informações devem vir a completar esse texto, como o caso do lixo eletrônico na China ou da máfia italiana que usa a reciclagem como fachada. Uma enquete que possibilite percentuais estatísticos também é importante que se agregue à uma pesquisa que busque traçar alguns parâmetros que possam ficar disponíveis aqueles que buscam subsídios para essa discussão.

 

 

 

Comments (1)

Nádie Christina Ferreira Machado-Spence said

at 4:32 am on Jan 22, 2009

Olá Artur! Ficou ótimo o texto, certamente se constitui na base para o desenvolvimento da síntese final. Gostei muito das novas questões "emergentes": "[...] reciclar não é colocar novamente no ciclo?" e "reutilizar não seria colocar novamente em uso?". Acredito que se apropriar corretamente desses conceitos contribua para a promoção de reflexões mais relevantes sobre a temática na escola. O papel da pesquisa é sair do senso comum em busca de evidências que confirmem ou refutem nossas certezas e dúvidas. Bom trabalho...Aguardarei ansiosamente as novas descobertas!
Um carinhoso abraço,
Profa.Nádie

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